É inegável que o professor sempre foi fundamental na construção de sociedades críticas e que buscam desenvolvimento. Hoje, porém, este papel se encontra em um cenário de desafios complexos e multidimensionais. Trago aqui dois deles que inquietam a mente dos educadores e os levam a se reinventar para responder às demandas do mundo contemporâneo: o crescente uso da inteligência artificial (IA) e a diversidade geracional em sala de aula.
A inteligência artificial tem um imenso potencial para transformar a forma como o conhecimento é disseminado e avaliado. Ferramentas como as plataformas de aprendizado adaptativo e sistemas de correção automática prometem otimizar a rotina do docente e personalizar o ensino. No entanto, elas também trazem uma série de questões éticas e metodológicas. Como manter o vínculo humano e o espírito crítico em um local onde algoritmos passam a assumir funções tradicionalmente desempenhadas por pessoas? O profissional precisa encontrar um equilíbrio entre a utilização dessas tecnologias e a preservação de sua função mediadora no processo de aprendizagem.
Além disso, esses educadores enfrentam a diversidade geracional em sala de aula, que vai desde alunos que cresceram com a tecnologia a estudantes adultos que retornam aos estudos em busca de requalificação. Cada grupo possui formas distintas de aprender e se relacionar com o conhecimento. A grande questão que se coloca é como o professor pode criar estratégias pedagógicas que contemplem essas diferenças, promovendo um ambiente abrangente e enriquecedor. É necessário desenvolver competências comunicativas e adaptativas que permitam transitar entre múltiplas formas de ensinar e aprender.
Diante desses cenários, a formação contínua dos docentes se torna essencial. Eles precisam ser capacitados no uso da IA como ferramenta pedagógica e em práticas inclusivas que valorizem a pluralidade. Esses profissionais devem se atualizar constantemente, atuando como facilitadores do diálogo, promotores do pensamento crítico e gestores das múltiplas possibilidades de aprendizado no século XXI.
Felipe Homem, diretor da Escola Técnica Fundatec